Quando
nos machucamos, fisicamente falando, seja por alguns cortes, queimaduras,
arranhões, nosso organismo automaticamente foca na ferida e produz um sistema
de proteção conhecido como "casquinha". Essa casquinha fica ali até
que a ferida que há por baixo dela sare por completo e ela saia de cena
definitivamente.
Não
é diferente com o ser humano em sua totalidade. Cada um possui uma casquinha. O
que os difere é o tempo de permanência dela. Há algumas que estão envolvendo-os
por uns dias e já dão indícios de desaparecimento. Para estes, feridas são
inevitáveis, porém eles tem certa facilidade para lidar com ferimentos. Outras
estão há alguns meses, podem ter sido geradas em algumas feridas um pouco mais
sérias. E há também aquelas casquinhas que duram muitos anos, ou até mesmo a
vida inteira. Essas últimas tiveram uma abrangência maior, fizeram um papel de
proteção além do esperado, enclausuraram pessoas, envolveram feridas muito
intensas e profundas. Ao
olharmos exteriormente, não exergamos a profundidade das feridas que elas
escondem.
Algumas
pessoas conseguem até viver com elas, saem, comem, bebem, se divertem, mas se
esbarram em alguma "quina" e uma lasquinha da proteção sai, a dor
volta, sensações ruins tomam pequenos espaços vazios em suas mentes e quando
dão por si, estão imersas em suas dores novamente. Na verdade elas nunca
conseguiram sair desse processo, apenas usaram suas cascas para conseguir
sobreviver.
Muitas
vezes precisamos rachar a forte "proteção" que criamos apenas para
nos defendermos e deixar que a ferida que nos foi feita seja, de fato, sarada.
Senão continuaremos imersos num ciclo de ferida->
casca->quina->ferida->casca->quina...
Quando
temos esse problema com grandes feridas incuráveis, qualquer mínima ferida que
duraria alguns dias se prorroga e dá as "mãos" para as mais antigas.
Temos então o "homem-casca" ou o conhecido "não me toque" e
muitas vezes nos permitimos ser essas pessoas.
Não
é um problema ter dores, fraquezas, crises, receios. O problema é deixar que
isso envolva nossa vida em uma proporção tão grande que não consigamos nos
soltar. Tudo tem um tempo, até mesmo as dores. Elas não devem nos acompanhar
por toda a existência. Vivemos vários ciclos e para que um novo ciclo comece
outro precisa ser fechado.
Precisamos
do remédio que vem diretamente das mãos daquele que nos criou, o ÚNICO que sabe
como nos levar à cura, que sabe por onde andam nossos machucadinhos escondidos
e muitas vezes "esquecidos". Precisamos do amor restaurador de Jesus.